O compartilhamento de contas de serviços da internet, como Netflix , já virou uma prática comum no mundo. Mas é bom ficar atento, já que existem riscos nessa prática aparentemente inofensiva.
Jake Moore, especialista em segurança da ESET, empresa especializada em detecção proativa de ameaças, conduziu uma pesquisa no Twitter, com mais de 2.700 entrevistados, sobre o compartilhamento de senhas em variados serviços da internet.
60% dos entrevistados, quando questionados se compartilham seus serviços de assinatura, responderam que sim, com pelo menos outra pessoa, normalmente parentes ou amigos. Um em cada três titulares de conta, na mesma pesquisa, respondeu que compartilha seus serviços com duas ou mais pessoas.
A pesquisa também questionou como as senhas foram compartilhadas. 21.5% dos entrevistados responderam que revelaram a palavra-chave em voz alta e 7,5% afirmaram enviar a credencial a partir de mensagens de texto ou e-mail.
Ou seja, das 1.620 pessoas entrevistadas que afirmaram compartilhar suas senhas, 115 deixaram as credenciais registradas em mensagens para diferentes usuários pessoas. Essa situação é arriscada, já que dobra as chances de um invasor conseguir ter acesso às senhas, já que outros aparelhos além do dono possuem registros escritos da palavra-chave. Se a combinação for reutilizada em perfis distintos, pior ainda, podendo transformar um simples empréstimo de Netflix para um amigo em uma verdadeira dor de cabeça, levando até mesmo a perdas financeiras.
Como evitar esses riscos
A ESET não é contra o compartilhamento de senhas de serviços de streaming, mas acredita que quem for realizar essa ação deve ser mais atento quanto a segurança digital de suas contas.
Um dos cuidados recomendados é com a reutilização de senhas. Dos entrevistados no estudo da ESET, 14% alegaram utilizar as mesmas combinações para várias contas, facilitando o trabalho de criminosos. Mesmo com palavras-chave fortes, uma vez que o passe é descoberto, outras contas que fazem uso dessa mesma credencial também estarão correndo perigo.
Jake Moore recomenda, além de ter uma senha própria para cada conta, que os usuários troquem suas informações de acesso nos serviços pelo menos uma vez por ano. Essa ação, além de aumentar a segurança, também é uma ótima forma de o dono da conta retirar o acesso de pessoas que ele não deseja mais compartilhar o serviço com.
Outra dica é o uso de gerenciadores de senha. Segundo a ESET, esses programas são um método mais seguro para armazenar senhas do que anotar ou lembrar de centenas de credenciais únicas. Os gerenciadores permitem que sempre que uma senha específica for necessária, o usuário possa só abrir o aplicativo, confirmar sua identidade e copiar a credencial. Após o uso, o software criptografa os dados, até a próxima validação de acesso. É recomendado que usuários procurem por gerenciador de senhas confiáveis e os instalem em seus celulares, tablets e computadores.
Por fim, vale lembrar que o compartilhamento de senhas de serviços da internet, como Netflix, Disney+ e Prime Video, normalmente só é permitido entre familiares, com outros casos indo contra os Termos de Uso das plataformas. Além disso, as empresas sempre estão buscando métodos para impedir que essa ação aconteça, como a Netflix, que em março deste ano começou a testar um sistema para impedir o compartilhamento de contas.
Fonte: www.canaltech.com.br
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